quarta-feira, 24 de novembro de 2010

TEXTO SELECIONADO - OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA-

Confira abaixo o texto selecionado para representar a EMAFA na Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro na modalidade crônicas.
O texto foi produzido pela aluna Nathally baseado na oficina em que os alunos sairam pelo bairro registrando cenas do cotidiano japuibense.
Boa tarde, Vera!
Nós estamos aqui e ela está lá. Bem, explicando melhor, estamos na praça de Japuíba, dentro da padaria, admirando uns doces aqui, uns salgados ali... (Só admirando, já que não temos dinheiro.) Estamos procurando algo interessante para um trabalho da escola. Aí você se pergunta: “Mas na padaria?” “Claro, ué! O lugar mais freqüentado é a famosa padaria. E a propósito, o nosso trabalho é sobre cotidiano. É impossível não se lembrar da padaria.
Mas, voltando ao assunto, ela está do outro lado da rua. Veste uma roupa laranja e está sentada no banco da praça bebendo um “Guaravita” com salgadinhos.
Olho para as meninas, Tainá e Cris, e digo:
-Estão vendo aquela mulher no outro lado da rua ? Estou interessada nela.
-Também me interessei por ela- completa Cris.
- Interessante- replica Tainá.
Olho para Cris. Ela pensa alto:
-Essa mulher está simbolizando as pessoas que ficam lanchando na praça.
Olho de volta para a mulher e reflito:
-Simboliza a falta de uma alimentação mais saudável em Japuíba, isso sim.
Apontando para o relógio, Tainá nos acorda:
-Hello, vamos lá ou não vamos?
Atravessamos a rua e fomos até ela. Paramos e começamos.
-Boa tarde!
A mulher nos olha curiosa e responde:
-Boa tarde!
Tainá e Cris me olham. É, sobrou para mim!
-Estamos fazendo um trabalho de escola sobre o dia a dia e queremos saber se a senhora nos deixaria tirar uma foto sua.
-Foto minha? Bem, eu estou desarrumada. (Olha a roupa, passa a mãos nos cabelos...)
Cris e Tainá logo a incentiva:
- Que isso, a senhora está ótima!
- Não se preocupe. É jogo rápido!
-Está bem. Como eu devo ficar?
-Fique do jeito que está. Aja como se não estivéssemos aqui.
-Continue tomando seu lanche, por favor.
Pego a câmera. Tiro uma foto de sua lateral. Clic. Agora uma de frente para pegar o corpo inteiro. Clic. A mulher é boa modelo. Ela pega o copo de Guaravita, segura na altura da barriga, olha para frente como se não estivesse nos vendo. Braço apoiado ao encosto do banco, mão para baixo, pés cruzados... Bem natural e original.
Termino. Ela pede para vê-las. Mostro-lhe as fotos. Olha, intrigada e pergunta para que mesmo elas servem.
-Não sabemos muito bem. _Tainá responde.
-A professora não nos disse ainda. _Finaliza Cris.
-Ah, tudo bem. Mas se forem colocar no mural da escola, me avisem para eu poder ver.
-Claro!Respondo, sincera. Aliás, como é o seu nome?
-Vera.
-Prazer em conhecê-la, Vera! Tchau.
-Tchau. E não se esqueçam de me avisar, hein.
-Tudo bem._ Falamos em coro.
Saimos andando. Olhamos para trás. Ela, agora Vera, acena para nós. Retribuímos. Ela volta para o seu lanche e nós voltamos para o nosso caminho.
Resolvo olhar a foto novamente. Então eu percebo algo: atrás de Vera, na beira da calçada, há uma vassoura e um latão de lixo. Aí vem a compreensão:
-Ela é gari.!
Cris e Tainá me olham:
-Agora que você viu?
-É, não tinha reparado muito a roupa, a vassoura e o latão. Deixa eu pensar, então: a gari, mulher trabalhadora, está lanchando...
-Um lanche não muito saudável... _Diz Tainá.
-... Depois de um dia cansativo de trabalho...
-Limpando a sujeira dos outros. Esse pessoal podia facilitar um pouco as coisas, né?
-Vai ficar me interrompendo? Onde eu estava... Bem, o descanso após um dia de trabalho. Isso faz parte do cotidiano do mundo inteiro.
Cris, até agora em silêncio, resolve se manifestar:
-Trabalho. Faz parte da vida de todo o mundo. Mas, a comida, principalmente. Podemos comer agora? Estou com fome?
Fomos andando. Em nossa cabeça, a foto de Vera, que se tornou tão significativa, agora sabemos que simboliza os nossos trabalhadores.

























































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