"Um morador de rua chamado Bahia, cujos moleques o apelidaram de "Pé de pato" bateu as botas. Do nada, ele apareceu em nossa pequena cidade e não se sabe ao certo de onde veio, o que fazia anteriormente, se tinha família ou profissão.
No seu cotidiano, trabalhava como catador de materiais recicláveis. A origem do apelido Pé de pato surgiu pelo fato de se achar que ele possuia problemas mentais e ainda, por ter os pés chatos.
Como habitava nas calçadas de Japuíba não tinha condições de vida adequadas: faltava-lhe higiene, alimentos...
Um fato a destacar é que junto com outros moradores de rua, bebia muito. Vivia pedindo um "dinheirinho". Não se sabia se era para comer ou tomar cachaça. Como consequência dessa vida desregrada Bahia adoeceu, foi hospitalizado e em maio de 2010 cerrou os olhos moribundos.
Esta crônica seria apenas mais uma narração de um final triste de um mendigo, contudo, o intrigante é que após a sua morte, de repente, tornou-se uma celebridade mais comentada do que a morte do astro Michael Jackson. Sua história agora é lembrada nos jornais da cidade, muros e postes, nos trabalhos escolares...
O mistério é que o sentimento humano é paradoxal. Vivo, o desprezamos. Morto. o homenageamos. "